top of page
Geek Girl's World.png
Pâm Cristina

O filme chegou a Netflix no final de 2020, e mesmo com um elenco de peso eu confesso que demorei para assistir. No dilema de ver um filme novo durante a noite, me vi mais uma vez na rotina do riso garantido com a série conforto (geralmente Friends).

Foto: Reprodução/ Netflix
Foto: Reprodução/ Netflix

Nos primeiros minutos de filme, a história com um tom sério usava dados e estatísticas e isso me chamou a atenção. Então, antes de falar do filme acho interessante contextualizar com um pouco do que encontrei em minha pesquisa sobre a história por trás do filme (embora nada tenha sido oficialmente confirmado, fica difícil não identificar as similaridades).


Em 2010, no Estado do Mississippi, a aluna Constance McMillen venceu um processo que lhe dava a chance de levar a namorada ao baile de formatura. No entanto fora realizado um baile para ela e para mais três alunos e, outro para os demais alunos da escola. Depois de mais uma briga judicial a aluna ganhou uma indenização e uma retratação pública por parte da instituição. Em 2016, estreava em Atlanta o musical intitulado The Prom (O baile), que dois anos depois chegava aos palcos da Broadway.

Foto: Reprodução/ Netflix
Foto: Reprodução/ Netflix

Emma pede a Associação de Pais e mestres a chance de levar a namorada ao baile, mas seu pedido é negado e o baile é cancelado. Com a repercussão da história, seu nome então vai parar nos assuntos mais comentados do Twitter. Em Manhanthan, quatro estrelas da Broadway, em decadência, buscam um assunto com o qual se engajar para melhorar suas imagens, e veem na história de Emma, a chance de voltarem aos holofotes. Eles partem rumo à Indiana para, de maneira exagerada, (e um pouco egocêntrica) ajudar a estudante.

Quem assina como diretor do longa é Ryan Murphy, que conquistou reconhecimento ao ganhar dois globos de ouro pela série Glee. A história cujo tema é a aceitação e inclusão, se encaixa como uma luva ao DNA de Ryan, que consegue representar em um mesmo filme, diversidade, tolerância, músicas, divas hollywoodianas e um belo final feliz.

Foto: Reprodução/ Netflix
Foto: Reprodução/ Netflix

O trabalho musical do longa se conecta perfeitamente aos personagens. Jo Ellen Perllman que interpreta Emma tem um ar de inocência e de confiança em cada música. James Corden após vencer o Framboesa de Ouro por Ator Coadjuvante em Cats, ao dar vida à Barry, mostra toda a capacidade vocal que possui. Merryl Streep, que já interpretou Donna na adaptação cinematográfica Mamma Mia!, mais uma vez brilha com sua voz e suas performances como DeDe fazendo com que você queira vê-la em todas as cenas. Por outro lado, alguns atores, tiveram menos espaço para mostrar seu talento musical, Nicole Kidman que já concorreu ao Oscar por Moulin Rouge, tem apenas uma música solo no filme, em que sua personagem Angie interpreta uma paródia da música All The Jazz e, Ariana DeBose, que esteve em filmes como Hamilton e que concorreu ao Tony em 2018, como Alyssa tem pouco espaço para mostrar seu desempenho.


Na minha opinião, alguns números musicais se destacaram. Entre eles estão, Unruly Heart, em que Emma canta sobre aceitação e não se envergonhar em ser diferente ou de quem se ama; Love Thy Neighbor, na qual o personagem critica através da música, os religiosos que condenam a homossexualidade mas deixam de lado outras partes bíblicas que abordam por exemplo, o divórcio, o sexo antes do casamento, entre outros e, We Look To You, que retrata a relação que o público tem com musicais e filmes onde muitas vezes se busca uma fuga da realidade.

Foto: Reprodução/ Netflix
Foto: Reprodução/ Netflix

O longa mesmo com um tema corriqueiro, o baile de formatura, traz assuntos atuais e discussões reais, ao mesmo tempo em que nos envolve e nos faz desligar por algumas horas de todo o peso e das dificuldades de um ano tão diferente. Parafraseando a música do filme:

“Nós olhamos para vocês, nos bons e nos maus momentos. Os mundos que vocês criam, fazem os verdadeiros parecerem menos triste”



A Festa de Formatura/ The Prom (2020)

Classificação: 12 anos

Duração: 2h12

Gênero: Musical/Comédia


4 visualizações0 comentário
Pâm Cristina

O longa dirigido por Kornél Mundruczó, tem um grande impacto logo em sua cena inicial. Em um plano único (em uma tomada de cerca de 30 minutos) acompanhamos do início de trabalho de parto até momentos após o nascimento da pequena Yvete.

Foto: Divulgação/ Netflix
Foto: Divulgação/ Netflix

A câmera anda por todos os cômodos da casa e nos apresenta um pouco mais do clima e da relação do casal Martha e Sean (Vanessa Kirby e Shia LaBeouf) e o recente vínculo com a parteira substituta Eva (Molly Parker). A cena é forte e nos deixa apreensivos, o que faz com que criemos vínculos com aqueles três indivíduos e acreditar que temos o conhecimento para julgar as decisões e ações que ali aconteceram.


O filme é repleto de simbolismos que acompanham o desenrolar da trajetória contada. Um deles é a casa, que se no primeiro plano a víamos aconchegante e cheia de vida, com o passar dos meses se torna fria, escura, e as plantas que ali existem, começam a murchar e eventualmente morrem. Outra forte simbologia é a construção da ponte, que a medida em que as duas partes opostas vão de encontro uma à outra, o casal Martha e Sean se distancia.

As estações do ano também são usadas para refletir os acontecimentos. O longa se inicia no outono (onde as folhas morrem e caem), já um indício do que estava por vir. No inverno (quando as árvores não florescem), as relações se tornam mais difíceis e apenas ficam estagnadas. O que poderia ter ido pelo caminho do drama exagerado, foi substituído pela apatia, sem reações nenhuma por parte da personagem Martha.

Foto: Reprodução/ Netflix
Foto: Reprodução/ Netflix

A primavera e o verão (que sempre marcam o renascimento) acontecem exatamente no período do julgamento da parteira Eva que mesmo com pouco tempo de tela, é capaz de falar com olhares, entregando expressões importantes para cada etapa do longa.


A cena do julgamento para mim foi marcada por dois grandes detalhes, Martha que no dia do parto usava esmalte preto, passou meses sem tirar o esmalte e era possível ver o desgaste dele nas unhas da personagem, no entanto no dia em questão ela aparece pela primeira vez com as unhas feitas e sem cor. Esse também é o dia em que ela finalmente revela as fotos do dia do nascimento da filha, e em um flashback a ouvimos dizer que a filha cheirava a maçã. Já no tribunal ela faz um monólogo a favor da parteira, e ao retornar para casa vê que as sementes de maçã que ela guardou durante todos aqueles meses estão germinando, e ali ela renasce.

Foto: Reprodução/ Netflix
Foto: Reprodução/ Netflix

As atuações do filme são impecáveis, Shia LaBeouf deixa de ser um homem carinhoso e dedicado, retornando ao alcoolismo e decisões duvidosas, e de um tom baixo e sereno de voz a gritos aos ventos em meio a prantos. A veterana Ellen Burstyn, que interpreta a mãe de Martha, demonstra uma carga emocional forte muitas vezes indo contra a opinião da filha e tentando impor a sua verdade, mas com a mesma fragilidade de uma mãe que tenta a todo custa fazer a filha seguir em frente.


Mas o ponto alto está em Vanessa Kirby, que conhecida por um grande público (por suas participações em grandes blockbusters como as franquias Missão Impossível e Velozes e furiosos e pela aclamada série The Crown), entrega no longa seu melhor desempenho até hoje. Sua atuação é impecável, seus diálogos têm no tom de voz a determinação de uma mulher forte e a fraqueza de alguém que acabou de perder o bem mais precioso. Seus olhares mostram medo, culpa, raiva, e mesmo nos momentos em que não diz nada, suas expressões faciais e corporais são capazes de dizer tudo.


Pieces of a Woman além de mostrar o nascimento do amor incondicional de uma mãe, é um retrato tocante sobre a perda, o processo de luto e a força necessária para recomeçar.


Pieces of a Woman (2020)

Classificação: 16 anos

Duração: 2h08

Gênero: Drama


9 visualizações0 comentário
Pâm Cristina

Aconteceu na noite de ontem a 78ª cerimônia do Globo de Ouro, prêmio concedido pela Imprensa Estrangeira de Hollywood.



A cerimônia que premia tanto o cinema quanto a televisão aconteceu em dois lugares simultaneamente apresentados por Tina Fey e Amy Poehler. Anualmente centenas de atores, diretores e roteiristas assistem presencialmente a entrega, esse ano, porém o lugar foi dado a um grupo de pessoas que trabalham na linha de frente em serviços essenciais durante a pandemia.


Os atores convidados para fazer a entrega presencial das categorias reforçavam que eles estavam cumprindo as normas sanitárias exigidas, e enquanto alguns tinham discursos mais diretos, outros traziam graça a cerimônia como por exemplo Maya Rudolph, e Ben Stiler.

Os maiores vitoriosos da noite nas categorias de cinema foram: Nomadland, Borat: Fita de Cinema Seguinte, e Soul- ambos com dois prêmios cada. Já a série mais aclamada foi The Crown, levando 4 estatuetas, seguida por Schitt’s Creek e Gambito da Rainha, com duas cada.


Foto: Reprodução/ NBC
Foto: Reprodução/ NBC

Os homenageados da noite foram Jane Fonda, com o prêmio Cecil B. DeMille, que discursou sobre a necessidade e importância da diversidade. E Norman Lear, com o prêmio Carol Burnett, que em sua fala agradeceu a família e atores com quem trabalhou citando em especial a própria atriz que dá nome ao prêmio.


O ator Chadwick Boseman, que faleceu ano passado em decorrência de um câncer, recebeu o prêmio de melhor ator em filme de drama, e sua noiva se emocionou ao fazer o discurso de agradecimento.


Foto: Reprodução/ NBC
Foto: Reprodução/ NBC

O momento fofura foi garantido por alguns indicados entre eles: Jodie Foster que fez seu discurso ao som de aplausos de vizinhos, e Mark Rufallo que recebeu abraços calorosos dos filhos.


Dois prêmios entraram para história esse ano: Chloe Zhao foi a primeira mulher asiática a ganhar o prêmio de direção, e Sasha Baron Cohen se tornou o primeiro ator em filme de comédia a ganhar dois prêmios pelo mesmo personagem (em 2007 e agora em 2021).


Foto: Reprodução/ Netfllix
Foto: Reprodução/ Netfllix

Confira abaixo a lista completa de vencedores:


Cinema

Melhor Filme - Drama

  • “Meu Pai”

  • “Mank”

  • “Nomadland”

  • “Bela vingança”

  • “Os 7 de Chicago”

Melhor filme - Musical ou comédia

  • “Borat: fita de cinema seguinte”

  • “Hamilton”

  • “Palm Springs”

  • “Music”

  • “A Festa de Formatura”

Melhor diretor

  • Emerald Fennell — "Bela Vingança"

  • David Fincher — "Mank"

  • Regina King — "Uma noite em Miami..."

  • Aaron Sorkin — "Os 7 de Chicago"

  • Chloé Zhao — "Nomadland"

Melhor atriz de filme - Drama

  • Viola Davis ("A voz suprema do blues")

  • Andra Day ("Estados Unidos Vs Billie Holiday")

  • Vanessa Kirby ("Pieces of a Woman")

  • Frances McDormand ("Nomadland")

  • Carey Mulligan ("Bela vingança")

Melhor ator de filme - Drama

  • Riz Ahmed (“O som do silêncio”)

  • Chadwick Boseman (“A voz suprema do blues”)

  • Anthony Hopkins (“Meu pai”)

  • Gary Oldman (“Mank”)

  • Tahar Rahim (“The Mauritanian”)

Melhor atriz em filme - Musical ou comédia

  • Maria Bakalova (“Borat: Fita de cinema seguinte”)

  • Michelle Pfeiffer (“French Exit”)

  • Anya Taylor-Joy (“Emma”)

  • Kate Hudson (“Music”)

  • Rosamund Pike (“Eu me importo”)

Melhor ator em filme - Musical ou comédia

  • Sacha Baron Cohen (“Borat: fita de cinema seguinte”)

  • James Corden (“A Festa de Formatura”)

  • Lin-Manuel Miranda (“Hamilton”)

  • Dev Patel (“The Personal History of David Copperfield”)

  • Andy Samberg (“Palm Springs”)

Melhor ator coadjuvante

  • Sacha Baron Cohen (“Os sete de Chicago”)

  • Daniel Kaluuya (“Judas e o messias negro”)

  • Jared Leto (“Os pequenos vestígios”)

  • Bill Murray (“On the Rocks”)

  • Leslie Odom, Jr. (“Uma noite em Miami...”)

Melhor atriz coadjuvante

  • Glenn Close (“Era uma vez um sonho”)

  • Olivia Colman (“Meu pai”)

  • Jodie Foster (“The Mauritanian”)

  • Amanda Seyfried (“Mank”)

  • Helena Zengel (“News of the World”)

Melhor roteiro

  • “Bela vingança"

  • “Mank”

  • “Os 7 de Chicago"

  • “Meu pai"

  • “Nomadland”

Melhor filme em língua estrangeira

  • “Another Round” ("Druk") - Dinamarca

  • “La Llorona” - Guatemala / França

  • "Rosa e Momo (“The Life Ahead” ou "La vita davanti a sé") - Itália

  • "Minari - Em Busca da Felicidade" - EUA

  • "Nós duas" (“Two of Us” ou "Deux") - França e EUA

Melhor animação

  • “Os Croods 2: Uma Nova Era”

  • “Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica”

  • “A caminho da Lua"

  • “Soul”

  • “Wolfwalkers”

Melhor trilha sonora

  • “O céu da meia-noite” – Alexandre Desplat

  • “Tenet” – Ludwig Göransson

  • “News of the World” – James Newton Howard

  • “Mank” – Trent Reznor, Atticus Ross

  • “Soul” – Trent Reznor, Atticus Ross, Jon Batiste

Melhor canção original

  • “Fight for You” de "Judas e o messias negro" – H.E.R., Dernst Emile II, Tiara Thomas

  • “Hear My Voice” de “Os 7 de Chicago” – Daniel Pemberton, Celeste

  • “Io Si (Seen)” de “Rosa e Momo” – Diane Warren, Laura Pausini, Niccolò Agliardi

  • “Speak Now” de “Uma noite em Miami...” – Leslie Odom Jr, Sam Ashworth

  • “Tigress & Tweed” de "Estados Unidos Vs Billie Holiday" – Andra Day, Raphael Saadiq

TV

Melhor série - Drama

  • “The Crown”

  • “Lovecraft Country”

  • “The Mandalorian”

  • “Ozark”

  • “Ratched”

Melhor série - Musical ou comédia

  • "Emily em Paris"

  • "The Flight Attendant"

  • "The Great"

  • "Schitt's Creek"

  • "Ted Lasso"

Melhor série limitada ou filme para TV

  • “Normal People”

  • “O gambito da rainha”

  • “Small Axe”

  • “The Undoing”

  • “Unorthodox”

Melhor atriz em série - Drama

  • Emma Corrin (“The Crown”)

  • Olivia Colman (“The Crown”)

  • Jodie Comer (“Killing Eve”)

  • Laura Linney (“Ozark”)

  • Sarah Paulson (“Ratched”)

Melhor ator em série - Drama

  • Jason Bateman (“Ozark”)

  • Josh O’Connor (“The Crown”)

  • Bob Odenkirk (“Better Call Saul”)

  • Al Pacino (“Hunters”)

  • Matthew Rhys (“Perry Mason”)

Melhor atriz em série - Musical ou comédia

  • Lily Collins (“Emily em Paris”)

  • Kaley Cuoco (“The Flight Attendant”)

  • Elle Fanning (“The Great”)

  • Jane Levy (“Zoey’s Extraordinary Playlist”)

  • Catherine O’Hara (“Schitt’s Creek”)

Melhor ator em série - Musical ou comédia

  • Don Cheadle (“Black Monday”)

  • Nicholas Hoult (“The Great”)

  • Eugene Levy (“Schitt’s Creek”)

  • Jason Sudeikis (“Ted Lasso”)

  • Ramy Youssef (“Ramy”)

Melhor atriz em série limitada ou filme para TV

  • Cate Blanchett (“Mrs. America”)

  • Daisy Edgar-Jones ("Normal People")

  • Shira Haas (“Unorthodox”)

  • Nicole Kidman (“The Undoing”)

  • Anya Taylor-Joy (“O Gambito da Rainha”)

Melhor ator em série limitada ou filme para TV

  • Bryan Cranston (“Your Honor”)

  • Jeff Daniels (“The Comey Rule”)

  • Hugh Grant (“The Undoing”)

  • Ethan Hawke (“The Good Lord Bird”)

  • Mark Ruffalo (“I Know This Much Is True”)

Melhor atriz coadjuvante em série

  • Gillian Anderson - "The crown"

  • Helena Bonham Carter - "The crown"

  • Julia Garner - "Ozark"

  • Annie Murphy - "Schitt's creek"

  • Cynthia Nixon - "Ratched"

Melhor ator coadjuvante em série

  • John Boyega (“Small Axe”)

  • Brendan Gleeson (“The Comey Rule”)

  • Dan Levy (“Schitt’s Creek”)

  • Jim Parsons (“Hollywood”)

  • Donald Sutherland (“The Undoing”)

6 visualizações0 comentário
1
2
bottom of page